Se as flores fossem um reino, a Rosa seria sua rainha absoluta. Reverenciada em mitologias, artes e até na ciência, a rosa carrega consigo séculos de simbolismo: amor e guerra, pureza e paixão, segredo e espiritualidade. Vamos embarcar em uma jornada através do tempo para desvendar a história fascinante dessa flor icônica.
As Rosáceas alimentam a humanidade
As plantas com flores, conhecidas como angiospermas, surgiram há cerca de 130 milhões de anos, mas foi apenas há 35 milhões de anos que o gênero *Rosa* começou a florescer. Originária da Ásia Central, ela espalhou suas raízes pelo hemisfério norte, sendo uma das primeiras famílias botânicas a capturar a atenção humana.
Além de sua beleza, a família Rosaceae inclui alimentos indispensáveis, como maçãs, cerejas e pêssegos. Porém, é a rosa, com suas pétalas que variam do branco ao vermelho intenso e seu perfume inconfundível, que transcendeu a utilidade e se tornou um símbolo cultural.
Há 5.000 anos, a rosa já era cultivada na China, e 2.000 anos depois, sua fragrância dominava os jardins da Pérsia. Cleópatra, a lendária rainha do Egito, mergulhava em banhos de leite de rosas, enquanto as essências extraídas das pétalas adornavam rituais sagrados.

Do Mito à História
Na mitologia grega, Afrodite, a deusa do amor, teria criado a primeira rosa branca, nascida da espuma do mar. Esse simbolismo foi amplificado pelos romanos, que usaram a rosa tanto para adoração a Vênus quanto para festivais, como a Rosália, em que a flor era associada ao amor e à memória dos ancestrais.
Os romanos também deram origem ao termo “sub-rosa”, ou “sob a rosa”, que indicava confidencialidade. Esse costume sobreviveu à Idade Média, quando rosas eram esculpidas em confessionários para simbolizar segredo e confiança.
Idade Média e o Renascimento da Rosa
Na Idade Média, os mosteiros se tornaram guardiões da rosa, cultivando variedades usadas para fins medicinais e espirituais. Foi nessa época que a rosa se tornou um símbolo de Maria, mãe de Jesus, aparecendo em vitrais góticos e esculturas religiosas.
No Renascimento, as rosas ganharam nova popularidade. Os exploradores trouxeram variedades do Oriente, como as rosas amarelas e as chá. Essa mistura deu origem a híbridos que encantaram tanto a nobreza quanto os cientistas. O pintor Pierre-Joseph Redouté, por exemplo, imortalizou a rosa em sua obra *Les Roses*, que até hoje influencia botânicos e cultivadores.

A Rosa Moderna
O século XIX foi um marco para a evolução da rosa. Novas técnicas de cultivo criaram variedades como a chá-híbrida, projetada para durar mais como flor de corte e encantar com suas pétalas perfeitas. Em 1867, essa rosa marcou a divisão entre “rosas antigas” e “modernas”.
O século XX viu o surgimento de variedades icônicas, como a Rosa Peace, lançada durante a Segunda Guerra Mundial e até hoje uma das mais populares no mundo. Atualmente, a rosa movimenta bilhões de dólares, sendo indispensável em celebrações como o Dia dos Namorados e casamentos.
Curiosidades Sobre a Rosa
– A rosa mais antiga do mundo ainda floresce na Catedral de Hildesheim, na Alemanha, onde foi plantada há mais de mil anos.
– Apesar da infinidade de cores, as rosas azuis não existem naturalmente. As tentativas de criá-las envolvem complexas manipulações genéticas.
– O óleo essencial de rosa, extraído principalmente da *Rosa damascena*, é um dos mais valiosos no mundo, com toneladas de pétalas sendo necessárias para produzir apenas alguns mililitros.
Planta casamenteira
Ao longo dos séculos, a rosa se manteve como um símbolo atemporal de beleza e transcendência. Cada rosa moderna carrega um pedaço da história, desde os jardins da Pérsia até os arranjos florais contemporâneos.
A rainha das flores continua a nos encantar, conectando gerações e inspirando novas criações. Quer conhecer mais sobre as plantas que moldaram nossa civilização? Inscreva-se no canal e mergulhe na história fascinante do reino vegetal.
